Meta 9/2022 CNJ - Desafios em violência doméstica
O Aurora foi convidado a contribuir com a implementação da Meta Nacional do Poder Judiciário n. 9 de 2022, que tem por objetivo “realizar ações que visem à difusão da cultura da inovação em suas diversas dimensões e nas interações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, no âmbito do Poder Judiciário”.
Para cumprir essa Meta, o TJDFT escolheu a área de violência doméstica e apresentou ao Aurora dois desafios principais:
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Aperfeiçoar o acesso à página institucional do Núcleo Judiciário da Mulher – NJM, no site do TJDFT, e às informações sobre enfrentamento à violência doméstica; e
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Identificar soluções inovadoras para o atendimento ao público dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher - JVDFCM.
Além disso, o Laboratório Aurora auxiliou na estruturação do Catálogo Eletrônico da Rede de Proteção às Mulheres do Distrito Federal, também conhecido como Catálogo da Rede de Apoio. Essa demanda foi desenvolvida pela Assessoria de Soluções em Sistemas Administrativos da Secretaria-Geral do TJDFT – ASIS e previa a criação de um sistema informatizado para cadastrar, buscar e acessar informações como instituições e serviços prestados pela rede de apoio. Essas informações estavam disponíveis aos usuários em um documento em formato PDF com mais de 250 páginas.
Descobrir
O Aurora usou a abordagem do Design Thinking para aperfeiçoar o acesso à página do NJM/TJDFT. Na fase da Descoberta e Empatia, o Laboratório:
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Fez benchmarking em sites dos Tribunais de Justiça Estadual e em páginas de instituições relacionadas com o tema;
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Ouviu especialistas para conhecer como se dava o acesso aos conteúdos no dia a dia dos Juizados de Violência Doméstica;
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Levantou dados de acesso e navegação da página;
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Conheceu o conteúdo publicado;
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Identificou necessidades e expectativas dos usuários.
Criar
A fase seguinte, da Ideação, foi desenvolvida por meio de oficinas virtuais para colher sugestões de melhorias para o site do NJM/TJDFT. A ferramenta usada foi o Card Sorting, que permite que as pessoas interajam, classifiquem e organizem conteúdos descritos em cartões. Essa dinâmica possibilitou que representantes dos diversos públicos:
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Identificassem os conteúdos de interesse;
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Classificassem esse material em ordem de importância;
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Sugerissem uma organização que facilitasse o acesso virtual a esses conteúdos;
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Criassem novas categorias e nomenclaturas para as informações.
Essa fase também foi importante para levantar as palavras-chave mais usadas e que poderiam auxiliar na construção de filtros no sistema de buscas do Catálogo Eletrônico, como: localização, tipo de serviço oferecido e nome da instituição. Toda a fase de Ideação foi desenvolvida a partir de conceitos de arquitetura de informação que diz respeito à como melhor organizar e estruturar um conteúdo para facilitar o acesso, a navegação e a pesquisa pelo público em geral.
Prototipar
A proposta de solução criada – uma nova página para o NJM – agregou necessidades, experiências e expectativas de diferentes públicos. O protótipo desenhado foi testado e avaliado de forma sucessiva pelas áreas envolvidas. Esse esforço conjunto permitiu que tanto a reformulação da página do NJM/TJDFT quanto o layout e navegabilidade do sistema da Rede de Proteção às Mulheres fossem feitos com foco nas pessoas usuárias do serviço.
Implementar
Uma das grandes novidades da página são os quatro botões de atalho: Preciso de ajuda; Rede de Proteção às Mulheres; Material Informativo; e Projetos e Programas. Eles dão acesso aos principais conteúdos e estão relacionados aos diferentes usuários da página. São eles:
Todo a concepção e implementação do projeto de revisão do site do NJM/TJDFT foi concebido a partir da abordagem do Design Thinking.
Assim, logo no início, na fase da Descoberta ou da Empatia, o Laboratório realizou benchmarking com todos os sites dos Tribunais de Justiça Estadual, bem como ouviu especialistas no tema, a fim de levantar a maior quantidade de dados possíveis acerca do desafio enfrentado.
Com a compreensão mais aprofundada sobre a experiência de navegação do usuário, bem como de suas necessidades e expectativas, passou-se à etapa da ideação, isto é, ao momento da elaboração da solução. Assim, foram realizadas oficinas para colher sugestões de melhorias tanto para o site do NJM/TJDFT quanto para o sistema de buscas da Rede de Proteção às Mulheres.
A metodologia escolhida foi a de Card Sorting, que é uma ferramenta muito importante para trabalhar a arquitetura da informação de uma página da web, por exemplo. Trata-se de uma forma de pesquisa usada para entender como as pessoas pensam ao agruparem informações e funcionalidades de um site.
Como resultado, propostas de layout e de organização de conteúdo foram apresentadas, discutidas, aperfeiçoadas e, por fim, transformadas em protótipos. Estes, por sua vez, foram testados e avaliados de forma sucessiva pelas áreas envolvidas. Todo esse esforço conjunto permitiu que tanto a reformulação da página do NJM/TJDFT quanto o layout e navegabilidade do sistema da Rede de Proteção às Mulheres fossem feitos com foco no usuário, a partir de práticas colaborativas de organização da informação.
Botão 1 - “Preciso de ajuda”
É o botão de maior importância e interesse da página. É voltado para as vítimas de violência doméstica que, pela situação de urgência, não podem perder tempo ou se distrair com conteúdos diversos. Quando acionado, direciona a pessoa a um conjunto de informações essenciais para a proteção das mulheres, entre elas:
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Como denunciar situações de violência contra as mulheres?
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Como pedir uma Medida Protetiva de Urgência?
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Encontrar serviços e atendimentos na Rede de Proteção às Mulheres
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Telefones úteis
Botão 2 - “Rede de Proteção às Mulheres”
Atalho para o Catálogo Eletrônico da Rede de Proteção às Mulheres. Ele facilita o acesso ao sistema de busca que permite a localização rápida de instituições que compõe a Rede de Apoio no Distrito Federal. Tem como foco as mulheres que procuram ajuda e também os Juizados de Violência Doméstica, que fazem o encaminhamento dessas mulheres para serem atendidas pelas instituições que compõem a Rede.
Botão 3 - “Material Informativo”
Facilita o acesso do público a uma variedade de cartilhas, e-books, materiais educativos e de divulgação. Esse conteúdo foi agrupado e destacado para atender, principalmente, outros tribunais, órgãos, escolas e instituições de assistência interessadas em entender e trabalhar com o tema.
Botão 4 - “Projetos e Programas”
Agrega todas as ações, projetos e programas desenvolvidos pelo NJM de forma autônoma e em parceria com outras instituições. Destaque para os programas “Maria da Penha vai à Escola”, que tem o objetivo de educar para prevenir e coibir a violência contra a mulher; e “Programa Prata da Casa”, de capacitação para o público interno dos Juizados de Violência Doméstica.
Outras melhorias
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Criação de novas categorias e redistribuição dos conteúdos;
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Reescrita de títulos, subtítulos e do texto de apresentação da página, com aplicação de linguagem simples;
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Nova identidade visual para a página e para o banner na página principal do site do TJDFT, com tons mais suaves para expressar cuidado e acolhimento;
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Criação de botão de acesso rápido ao sistema de busca da Rede de Proteção às Mulheres, na área Outros Serviços da página principal do site do TJDFT.
A nova identidade visual, os botões e o banner foram criados pela Assessoria de Comunicação (ACS). O desenvolvimento da página foi feito pelo Núcleo de Gestão da Comunicação e Padronização de Tecnologia da Informação (Nugcom). Confira o antes e o depois da página do NJM:
ANTES
DEPOIS
Catálogo Eletrônico
Além da pesquisa sobre as experiências e as necessidades dos usuários no uso do Catálogo da rede (em PDF), o Aurora também deu suporte para:
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Desenhar e definir o layout e a navegabilidade do sistema, com o objetivo de torná-la rápida e intuitiva;
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Escrever os textos da interface;
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Sanear a base de dados;
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Elaborar formulário para cadastro e atualização de dados dos órgãos e entidades parceiros.
Explorar
O desafio de identificar soluções para o atendimento ao público nos Juizados de Violência Doméstica começou com uma pesquisa direcionada a magistrados(as) e servidores(as) da Casa que trabalham diretamente com a temática de violência doméstica. Por meio de questões objetivas, o público foi convidado a pensar em suas experiências cotidianas para, então, sugerir propostas que impactassem positivamente a rotina de todas as unidades que atuam no tema.
Priorizar
As propostas levantadas na pesquisa foram apresentadas e discutidas em uma oficina online de participação aberta ao público interno dos Juizados. Tudo isso feito de forma colaborativa e em um ambiente desenhado para incentivar a criatividade e inovação.
Além de aprofundar o entendimento sobre os desafios, o grupo identificou cinco soluções de maior interesse com base nos seguintes critérios:
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Priorização de solução por meio de processo colaborativo;
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Soluções passíveis de desenvolvimento a partir de recursos disponíveis no TJDFT ou por meio de parcerias sem custo agregado;
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Possibilidade de replicação em todos os Juizados de Violência Doméstica;
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Soluções viáveis tecnicamente e com impacto positivo no atendimento prestado pelos JVDFCM.
Entregar
Ainda na oficina, o grupo foi instruído a desenvolver o mapa de implementação de duas soluções. Nesse sentido, foram priorizados:
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como solução estruturante, a dotação de equipe de atendimento multidisciplinar nas unidades judiciárias e o aumento da lotação de servidores; e
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a simplificação da linguagem nos atos judiciais, expedições cartorárias e atendimento ao público.
O Aurora elaborou, ainda, um Mapa de Inovação para auxiliar os Juizados em seu protagonismo no processo de criação e iteração de soluções inovadoras, além da documentação de todo o processo e produtos criados. O guia customizado pode ser conferido na sequência.